sábado, 14 de julho de 2012


MONOGRAFIAS: APRESENTAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO -
o que fazer… e o que não fazer.

Horst V. Fuchs

INTRODUÇÃO

Neste trabalho vamor deixar a abordagem semântica para abraçar a pragmática, considerando que muitos acadêmicos enfrentam, a uma só vez, um conjunto de indagações e aflições: o momento único de apresentação do seu trabalho de conclusão de curso – TCC, geralmente registrado em sua monografia. Nosso foco, nesta abordagem, será as pesquisas na área jurídica, para estabelecer uma delimitação mais precisa desta sucinta consideração.

MONOGRAFIA

Significativa preocupação do graduando volta-se, nos últimos semestres, para o desenvolvimento da monografia. Para que tenha êxito e conceda ao processo a harminia indispensável, esta deverá ter seu início com um robusto projeto de pesquisa. A monografia, portanto, deverá ser o registro do desenvolvimento e da conclusão desta importante atividade acadêmica.

Reputamos este momento uma demonstração da capacidade do pesquisador em apresentar, de forma organizada, seus argumentos, o que externará a toda a comunidade científica, que está apto à atividade profissional, já que pressupõe ter realizado, cabalmente, todas as etapas do conhecimento, colaborando para o avanço científico da área que escolheu atuar.


PROJETO DE PESQUISA: O PROBLEMA

O maior desafio do acadêmico é, com frequência, encontrar o problema na área que escolheu. Com frequência, contudo, tal ponto não recebe a preocupação merecida e induz o pesquisador a graves falhas a ponto de resultar em reprovação no TCC e a explicação é simples: o problema da pesquisa é sua espinha dorsal, conduzindo todos os demais trabalhos e também o resultado final, isto é, a conclusão. Também indica a delimitação do tema, auxilia o pesquisador a focar o material a ser pesquisado e conduz a uma conclusão, isto é, a resposta ao problema.

Mas, a pergunta mais recorrente é: como encontrar um problema? Indicamos, para atender a tal missão, os seguintes roteiros: a) pesquisar jurisprudência; b) consultar doutrina; c) atentar para questões polêmicas apontadas em sala de aula.

Outro modo de identificar problemas é considerar elementos dogmáticos (conceitos doutrinários perenes) e submetê-los a uma reconsideração hermenêutica sob os elementos literal, teleológico, histórico, histórico-evolutivo, tópico e do direito comparado. Muitas vezes cada um destes elementos poderá originar um excelente problema para a monografia.

DESENVOLVIMENTO DA MONOGRAFIA

Após ter escolhido a área e encontrado o problema a ser enfrentado, outra tarefa indispensãvel é pesquisar o que já foi escrito sobre este aspecto e o que é necessário para abordar todos os contornos que tangenciam o problema. Por exemplo, se vamos abordar um direito constitucional (área) e o tema deverá girar em torno das liberdades fundamentais, como o direito à privacidade, podemos cogitar o seguinte problema: qual o limite das liberdades individuais para revista das bagagens em face do direito coletivo à segurança nos aeroportos?

Neste caso, cabe aferirmos e abordarmos, na monografia, os temas que tangenciam o problema. Quais são? Podemos apresentar um rol de tópicos a enfrentar: o que são liberdades individuais fundamentais? Como identificamos a segunça da sociedade? O que o estado deve proteger com maior vigor quando em confronto? Quais princípios estão envolvidos e quais estão em conflito? Como sanar os conflitos de princípios? Qual princípio é preponderante? Cada pergunta que apresentamos poderá significar um capítulo ou sub-capítulo e, no projeto, será um objetivo específico.

Não deixe de ler todas as normas da ABNT e da Instituição de Ensino a qual submeterá sua pesquisa. A conferência destas e da correta aplicação do vernáculo não é atribuição do orientador, mas exclusivamente do orientando. O foco da orientação é auxiliar na pesquisa, na compilação dos dados, no desenvolvimento do problema; ou seja, nos aspectos que envolvem o conteúdo.

A CONCLUSÃO DA PESQUISA: encontro com a introdução
Na introdução, teremos, obrigatoriamente, a apresentação do tema e do problema, bem como, de forma opcional, a premissa para solução do problema, a forma como foi dividida a abordagem e exposto o desenvolvimento da monografia, a metodologia da pesquisa. Na conclusão, por sua vez, será feito um retrospecto do tema, do problema, do que foi abordado em cada capítulo e sua importância em relação ao tema, e, finalmente, a conclusão. A conclusão não deverá ultrapassar dez por cento do total de páginas da monografia ou artigo. Deverá, o leitor, perceber uma absoluta harmonia entre a introdução e a conclusão, nunca perdendo de foco o problema.

A APRESENTAÇÃO: finalmente!

Após um bom desenvolvimento, com ampla pesquisa e boa exposição de cada parte da pesquisa na monografia ou no artigo, temos um expositor absolutamente preparado. Mas, como preparar-se para uma apresentação da monografia ou artigo para a banca?

Primeiro devemos ter em mente que para reduzir a apreensão o elemento chave é o domínio do assunto presquisado. A partir deste ponto, fazer um resumo dos principais aspectos, em forma de tópicos, considerando que a apresentação também terá uma introdução, o desenvolvimento e uma conclusão. A introdução poderá organizar-se da mesma forma que a introdução da monografia ou artigo, destacando o problema e, se houver a premissa; o desenvolvimento deve contemplar o resumo de cada capítulo demonstrando como se entrelaça com o problema; a conclusão deverá responder explicitamente o problema, chamando atenção se a premissa (se foi apresentada na introdução) foi negada ou confirmada.

Durante a apresentação pode ocorrer um nervosismo. Não se desespere, pois é plenamente compreeensível e a banca entenderá isso com maior naturalidade. Nestas situações, respire fundo e fale pausadamente, o que ajudará a prosseguir e recuperar a calma. As anotações em forma de tópicos garantirão que todos os aspectos importantes serão abordados e impedirá a fuga do tema, auxiliando, ainda, no controle do tempo.

Seguindo estes pontos conseguirá ter êxito na sua monografia e também na apresentação.


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